terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Pesquisadores descobrem o soro da memória




Rio de Janeiro, década de 20. A Cidade Maravilhosa está nos arquivos da Cinemateca e nos livros de História. Imagens de um tempo inesquecível em branco e preto. Mas, nas memórias da escritora Maria Augusta Machado, de 93 anos, elas estão fresquinhas, cheias de cores e detalhes. "Eu lembro quando foi declarada a guerra", conta ela. Neurônios afiados. Quem não gostaria de chegar a essa idade como ela? "Conheci o Corcovado sem estátua", recorda.
Grandes vultos do passado? Nas lembranças de dona Maria Augusta, parecem velhos conhecidos. "Ele tinha um chapéu meio inclinado. Era um homem baixinho, magrinho, esquisitinho, que ficava vendo as crianças brincarem. Mas eu não sabia quem era porque nunca contavam às crianças. Era Santos Dumont. Cansei de vê-lo sentado", afirma.

Os avanços da medicina estão fazendo o homem viver mais e melhor. Mas, às vezes, o cérebro não acompanha, falha, sofre com as chamadas enfermidades da velhice, como o Alzheimer, a doença do esquecimento. Para vencer esse mal, a ciência está diante do seu maior desafio: decifrar o enigma do órgão que comanda nossa existência.
Desde os primeiros passos, das primeiras palavras da infância, a uma vida repleta de realizações, de experiências e memórias, tudo que se vive passa pelos misteriosos caminhos do cérebro. Segundo os cientistas, o amor, o ódio, o trabalho, até um simples movimento de dedo de mão ou um passo podem ser traduzidos em impulsos elétricos e químicos que acontecem dentro da nossa cabeça. São bilhões de neurônios formando um intrincado labirinto que a ciência tenta desvendar há cinco mil anos. O Globo Repórter percorreu uma parte desse extraordinário mapa da vida.
Nosso cérebro é resultado da vida que levamos. A diferença entre a lucidez e a demência pode estar na nossa rotina – até mesmo no que comemos. Mas e o que bebemos?
Nos laboratórios da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, cientistas pesquisam o soro da memória, um líquido que pode fazer a cabeça funcionar melhor. Concentra componentes poderosos, uma espécie de banquete natural para os neurônios.
"Tem proteínas e lipídios. Essas substâncias, cada uma de seu jeito, atuam ajudando os neurônios a fazer suas redes. Elas atuam em um momento importante, que é a formação de sinapses, justamente quando catalisamos tudo aquilo que vimos durante o dia. Apreendemos o conteúdo durante o sono, basicamente", explica a nutricionista Denize Ziegler, da Unisinos.
Mas de onde vem a poção quase milagrosa? Do soro do leite.
"O soro é a parte líquida do leite. As pessoas podem perguntar: 'Como, se o leite todo é líquido?'. Sim, ele é líquido, mas é a emulsão de várias substâncias dentro de um líquido. Separando a parte branca, fica a água do leite", esclarece a nutricionista.
Ciência pura que dá para fazer em casa. Mas atenção: não é qualquer leite que carrega o segredo do soro da memória. Leite de caixinha e em pó não funcionam. De acordo com os cientistas, o processo industrial acaba com os preciosos ingredientes que agem no cérebro. A pesquisadora recomenda o leite em saquinho, tipo A ou B.
Anote aí a receita do soro:
- Para cada litro de leite, misture o suco de um limão inteiro.
- Deixe descansar de quatro a doze horas até coagular.
- Depois, separe a parte sólida da líquida com uma peneira bem fina. O que sobra é o soro da memória.

"Ele é insípido, não tem gosto. Um gole não faz grande feito. O importante dos alimentos que servem como coadjuvantes da saúde é que eles sejam consumidos com o tempo. Estudos mostram que em três meses nota-se uma diferença na memória e no sono. Tomando meio copo antes de dormir durante três meses, há uma diferença interessante. Você vai conseguir descansar melhor, deixar o cérebro mais tranqüilo. Em conseqüência disso, vai ter um melhor aprendizado das tarefas que você realiza", diz a nutricionista.
Dura de três a cinco dias na geladeira. Também pode ser congelado. O processo é bem parecido com o que acontece nas fábricas de queijo. Mas qual é o destino dos milhões de litros de soro que o Brasil produz todos os dias? Na Europa, por exemplo, o soro do leite tem destino nobre: ele é transformado em pó e adicionado a massas e biscoitos e também vendido nos mercados como bebida para crianças e adultos. No Brasil, apesar de a ciência já conhecer os poderes do alimento, o soro da memória acaba na grande maioria das vezes jogado aos porcos.
Só em uma fábrica de queijo 70 toneladas por mês vão para o carro-pipa da fazenda da suinocultora Karmen Scheuer, em Marques de Souza, Rio Grande do Sul. Todo dia tem carregamento.
"Quatro mil litros custam R$ 20. É barato, mas é uma ajuda para laticínios. Se quiséssemos, poderíamos conseguir de graça, porque eles têm problemas com o meio ambiente. Eles têm que dar sumiço ao produto que sobra. É um lixo dos laticínios", diz a suinocultora.
Como registrar para sempre as lembranças mais importantes
Mas o soro, sozinho, não faz milagre. Em um laboratório da PUC do Rio Grande do Sul, a equipe do professor Iván Izquierdo fez uma descoberta surpreendente: a diferença entre as lembranças que ficam e as que desaparecem para sempre pode depender do que acontece 12 horas depois. São as 12 horas mágicas da memória.
Nossos cientistas descobriram que o hipocampo produz uma substância que consegue encontrar, 12 horas depois, no meio da gigantesca teia de neurônios, as conexões exatas que formam cada lembrança. Se você reviver de alguma forma essa lembrança exatas 12 horas depois, a substância produzida pelo hipocampo faz as conexões se tornarem permanentes.
"Primeira coisa: se você está interessado em algo que acaba de aprender, pense nisso durante o resto do dia e, entre outras coisas, 12 horas depois. Automaticamente, o cérebro vai fazer isso. Se você não estiver mais interessado, não pense mais. Aprendeu, tudo bem. Esqueceu, tudo bem", orienta o neurocientista da PUC do Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Quer ter sucesso nos estudos? Saiba como alimentar a sua Inteligência

sábado, 7 de dezembro de 2013

Um coquetel de lembrar?  

Nutrient elixir shows promise against 

Alzheimer's elixir de nutrientes mostra a promessa de encontro a Alzheimer

January 7, 2010 | 5:04 pm 07 de janeiro de 2010 | 17:04
Souvenaid sounds like a cool drink to be sipped while reading Proust in the garden.

Souvenaid soa como uma bebida fresca para ser degustada durante a leitura de Proust no jardim.  

But new research suggests that the cocktail of nutrients soon to be marketed under that name may boost the production of brain cells lost in Alzheimer's and slow the loss of verbal memory in the disease's early stages.
 
Mas novas pesquisas sugerem que o coquetel de nutrientes que em breve será comercializado sob esse nome pode impulsionar a produção de células do cérebro perdido na doença de Alzheimer e retarda a perda da memória verbal nas fases iniciais da doença.

A study published Thursday in the journal Alzheimer's and Dementia found that among 225 subjects diagnosed with early Alzheimer's disease, those who drank the nutrient cocktail twice a day for 12 weeks improved their performance on tests of verbal memory compared with newly diagnosed subjects who got a placebo drink.

Um estudo publicado quinta-feira na revista
de Alzheimer e demência constatou que entre 225 pessoas diagnosticadas com a doença de Alzheimer precoce, aqueles que beberam o coquetel de nutrientes por dia durante 12 semanas melhorou seu desempenho em testes de memória verbal em comparação com diagnóstico de indivíduos recentemente que recebeu um placebo bebida.  

The study is the first to suggest that a "medical food" might be effective in stemming -- and perhaps reversing -- the cognitive tolls of Alzheimer's.

O estudo é o primeiro a sugerir que um "alimento medicinal" pode ser eficaz na contenção - e talvez de inversão - os pedágios cognitivos da doença de Alzheimer.

Souvenaid is expected to hit the American market in a test program as early as this spring, marketed by the French giant Danone, maker of Dannon yogurt, and its Nutricia subsidiary.

Souvenaid é esperado para bater o mercado norte-americano em um programa de teste já nesta primavera, comercializado pela gigante francesa Danone, fabricante do iogurte Danone, e sua subsidiária Nutricia.

The nutrient cocktail emerged from research conducted by Dr.

Richard Wurtman , a neuropharmacologist and physician at the Massachusetts Institute of Technology.

O coquetel de nutrientes surgiu de pesquisas realizadas pelo Dr. Richard Wurtman , um neurofarmacologista e médico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. It contains a mix of nutrients all found in breast milk, and which are either produced naturally by the body or ingested in foods.

Ele contém uma mistura de todos os nutrientes encontrados no leite materno, e que são produzidos naturalmente pelo organismo ou ingeridos nos alimentos.  

Earlier research had found that the mix of nutrients -- uridine, choline and Omega-3 polyunsaturated fatty acids -- "synergistically" boosts the volume of proteins in the brain that give rise to synapses -- the branching structures that pass electrical impulses from cell to cell in the brain.

Estudos anteriores descobriram que a mistura de nutrientes - uridina, colina e Omega-3 ácidos graxos poliinsaturados - "sinergia" aumenta o volume de proteínas no cérebro que dão origem a
sinapses - as estruturas de ramificação que passam impulsos elétricos de célula para a célula no cérebro.

The loss of synapses -- particularly in the hippocampal region , which is key to memory formation -- is one of several hallmarks of Alzheimer's disease.

A perda de sinapses - especialmente na
região do hipocampo, que é fundamental para a formação da memória - é uma das características diversas da doença de Alzheimer.  

Wurtman said in an interview that if a mix of nutrients that so far have shown no side effects could stem or reverse that synamptic loss, it could become a valuable weapon in future physicians' arsenal against Alzheimer's.

Wurtman disse em uma entrevista que, se uma mistura de nutrientes que, até agora não demonstraram efeitos colaterais poderiam resultar ou reverter a perda synamptic, poderia se tornar uma arma valiosa no arsenal de futuros médicos "contra a doença de Alzheimer.
 
Nigel Hughes, head of Nutricia's North American unit, said in an interview that three other clinical trials are underway to test the effectiveness and safety of Souvenaid, and that a full market roll-out could begin in the US by next year.

Nigel Hughes, chefe da unidade Nutricia norte-americana, disse em uma entrevista que outros três ensaios clínicos estão em andamento para testar a eficácia e segurança dos Souvenaid, e que um mercado cheio implantação poderá começar em os EUA no próximo ano.  

Though the proposed Alzheimer's cocktail, as a dietary supplement, does not need approval by the Food and Drug Administration before it can be marketed, Hughes said the company "is adopting the principles you would adopt for going to market with a pharmaceutical product," including clinical evidence that it works.

Embora a proposta cocktail de Alzheimer, como um suplemento dietético, não precisa de aprovação pelo Food and Drug Administration antes que ele possa ser comercializado, Hughes disse que a companhia "está a adoptar os princípios que você adotaria para ir ao mercado com um produto farmacêutico", incluindo evidência clínica de que ele funciona.  

As a "medical food," Hughes said the company anticipates that Souvenaid would be "taken under medical supervision."

Como um "alimento medicinal", Hughes disse que a empresa antecipa que Souvenaid seriam "tomadas sob supervisão médica."

Will Souvenaid become a voguish cocktail for aging smarties keen to hold off the cognitive decline that comes with age?

Poderá Souvenaid tornar-se um cocktail para o envelhecimento voguish smarties ansiosos para adiar o declínio cognitivo que vem com a idade?  

Already, the Alzheimer's drug donepezil (marketed as Aricept ) has been tested as a cognitive enhancement drug , and some consider taking it to be worth the risk.

Já a doença de Alzheimer droga donepezil o (comercializado como
Aricept) tem sido testada como droga aprimoramento cognitivo, e alguns consideram que levá-lo para valer a pena o risco.  

(The FDA, however, has pointedly declined to approve Aricept's marketing even for mild cognitive impairment , a loss of memory that is more serious than normal decline, but which leads frequently to Alzheimer's.)

(O FDA, entretanto, tem claramente se recusado a aprovar a comercialização Aricept mesmo para
o prejuízo cognitivo suave , uma perda de memória que é mais grave do declínio normal, mas que muitas vezes conduz ao mal de Alzheimer.)

One of the three large trials underway will test Souvenaid on European subjects with mild cognitive impairment.

Um dos estudos em curso três grandes vão testar Souvenaid sobre temas europeus com prejuízo cognitivo suave.  

If that trial shows success, you can bet that the cocktail may be the next big thing among the middle-aged smart set.

Se esse teste mostra o sucesso, você pode apostar que o coquetel pode ser a próxima grande coisa entre o conjunto de meia-idade inteligente.
 
--Melissa Healy - Melissa Healy