terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Pesquisadores descobrem o soro da memória




Rio de Janeiro, década de 20. A Cidade Maravilhosa está nos arquivos da Cinemateca e nos livros de História. Imagens de um tempo inesquecível em branco e preto. Mas, nas memórias da escritora Maria Augusta Machado, de 93 anos, elas estão fresquinhas, cheias de cores e detalhes. "Eu lembro quando foi declarada a guerra", conta ela. Neurônios afiados. Quem não gostaria de chegar a essa idade como ela? "Conheci o Corcovado sem estátua", recorda.
Grandes vultos do passado? Nas lembranças de dona Maria Augusta, parecem velhos conhecidos. "Ele tinha um chapéu meio inclinado. Era um homem baixinho, magrinho, esquisitinho, que ficava vendo as crianças brincarem. Mas eu não sabia quem era porque nunca contavam às crianças. Era Santos Dumont. Cansei de vê-lo sentado", afirma.

Os avanços da medicina estão fazendo o homem viver mais e melhor. Mas, às vezes, o cérebro não acompanha, falha, sofre com as chamadas enfermidades da velhice, como o Alzheimer, a doença do esquecimento. Para vencer esse mal, a ciência está diante do seu maior desafio: decifrar o enigma do órgão que comanda nossa existência.
Desde os primeiros passos, das primeiras palavras da infância, a uma vida repleta de realizações, de experiências e memórias, tudo que se vive passa pelos misteriosos caminhos do cérebro. Segundo os cientistas, o amor, o ódio, o trabalho, até um simples movimento de dedo de mão ou um passo podem ser traduzidos em impulsos elétricos e químicos que acontecem dentro da nossa cabeça. São bilhões de neurônios formando um intrincado labirinto que a ciência tenta desvendar há cinco mil anos. O Globo Repórter percorreu uma parte desse extraordinário mapa da vida.
Nosso cérebro é resultado da vida que levamos. A diferença entre a lucidez e a demência pode estar na nossa rotina – até mesmo no que comemos. Mas e o que bebemos?
Nos laboratórios da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, cientistas pesquisam o soro da memória, um líquido que pode fazer a cabeça funcionar melhor. Concentra componentes poderosos, uma espécie de banquete natural para os neurônios.
"Tem proteínas e lipídios. Essas substâncias, cada uma de seu jeito, atuam ajudando os neurônios a fazer suas redes. Elas atuam em um momento importante, que é a formação de sinapses, justamente quando catalisamos tudo aquilo que vimos durante o dia. Apreendemos o conteúdo durante o sono, basicamente", explica a nutricionista Denize Ziegler, da Unisinos.
Mas de onde vem a poção quase milagrosa? Do soro do leite.
"O soro é a parte líquida do leite. As pessoas podem perguntar: 'Como, se o leite todo é líquido?'. Sim, ele é líquido, mas é a emulsão de várias substâncias dentro de um líquido. Separando a parte branca, fica a água do leite", esclarece a nutricionista.
Ciência pura que dá para fazer em casa. Mas atenção: não é qualquer leite que carrega o segredo do soro da memória. Leite de caixinha e em pó não funcionam. De acordo com os cientistas, o processo industrial acaba com os preciosos ingredientes que agem no cérebro. A pesquisadora recomenda o leite em saquinho, tipo A ou B.
Anote aí a receita do soro:
- Para cada litro de leite, misture o suco de um limão inteiro.
- Deixe descansar de quatro a doze horas até coagular.
- Depois, separe a parte sólida da líquida com uma peneira bem fina. O que sobra é o soro da memória.

"Ele é insípido, não tem gosto. Um gole não faz grande feito. O importante dos alimentos que servem como coadjuvantes da saúde é que eles sejam consumidos com o tempo. Estudos mostram que em três meses nota-se uma diferença na memória e no sono. Tomando meio copo antes de dormir durante três meses, há uma diferença interessante. Você vai conseguir descansar melhor, deixar o cérebro mais tranqüilo. Em conseqüência disso, vai ter um melhor aprendizado das tarefas que você realiza", diz a nutricionista.
Dura de três a cinco dias na geladeira. Também pode ser congelado. O processo é bem parecido com o que acontece nas fábricas de queijo. Mas qual é o destino dos milhões de litros de soro que o Brasil produz todos os dias? Na Europa, por exemplo, o soro do leite tem destino nobre: ele é transformado em pó e adicionado a massas e biscoitos e também vendido nos mercados como bebida para crianças e adultos. No Brasil, apesar de a ciência já conhecer os poderes do alimento, o soro da memória acaba na grande maioria das vezes jogado aos porcos.
Só em uma fábrica de queijo 70 toneladas por mês vão para o carro-pipa da fazenda da suinocultora Karmen Scheuer, em Marques de Souza, Rio Grande do Sul. Todo dia tem carregamento.
"Quatro mil litros custam R$ 20. É barato, mas é uma ajuda para laticínios. Se quiséssemos, poderíamos conseguir de graça, porque eles têm problemas com o meio ambiente. Eles têm que dar sumiço ao produto que sobra. É um lixo dos laticínios", diz a suinocultora.
Como registrar para sempre as lembranças mais importantes
Mas o soro, sozinho, não faz milagre. Em um laboratório da PUC do Rio Grande do Sul, a equipe do professor Iván Izquierdo fez uma descoberta surpreendente: a diferença entre as lembranças que ficam e as que desaparecem para sempre pode depender do que acontece 12 horas depois. São as 12 horas mágicas da memória.
Nossos cientistas descobriram que o hipocampo produz uma substância que consegue encontrar, 12 horas depois, no meio da gigantesca teia de neurônios, as conexões exatas que formam cada lembrança. Se você reviver de alguma forma essa lembrança exatas 12 horas depois, a substância produzida pelo hipocampo faz as conexões se tornarem permanentes.
"Primeira coisa: se você está interessado em algo que acaba de aprender, pense nisso durante o resto do dia e, entre outras coisas, 12 horas depois. Automaticamente, o cérebro vai fazer isso. Se você não estiver mais interessado, não pense mais. Aprendeu, tudo bem. Esqueceu, tudo bem", orienta o neurocientista da PUC do Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Quer ter sucesso nos estudos? Saiba como alimentar a sua Inteligência

sábado, 7 de dezembro de 2013

Um coquetel de lembrar?  

Nutrient elixir shows promise against 

Alzheimer's elixir de nutrientes mostra a promessa de encontro a Alzheimer

January 7, 2010 | 5:04 pm 07 de janeiro de 2010 | 17:04
Souvenaid sounds like a cool drink to be sipped while reading Proust in the garden.

Souvenaid soa como uma bebida fresca para ser degustada durante a leitura de Proust no jardim.  

But new research suggests that the cocktail of nutrients soon to be marketed under that name may boost the production of brain cells lost in Alzheimer's and slow the loss of verbal memory in the disease's early stages.
 
Mas novas pesquisas sugerem que o coquetel de nutrientes que em breve será comercializado sob esse nome pode impulsionar a produção de células do cérebro perdido na doença de Alzheimer e retarda a perda da memória verbal nas fases iniciais da doença.

A study published Thursday in the journal Alzheimer's and Dementia found that among 225 subjects diagnosed with early Alzheimer's disease, those who drank the nutrient cocktail twice a day for 12 weeks improved their performance on tests of verbal memory compared with newly diagnosed subjects who got a placebo drink.

Um estudo publicado quinta-feira na revista
de Alzheimer e demência constatou que entre 225 pessoas diagnosticadas com a doença de Alzheimer precoce, aqueles que beberam o coquetel de nutrientes por dia durante 12 semanas melhorou seu desempenho em testes de memória verbal em comparação com diagnóstico de indivíduos recentemente que recebeu um placebo bebida.  

The study is the first to suggest that a "medical food" might be effective in stemming -- and perhaps reversing -- the cognitive tolls of Alzheimer's.

O estudo é o primeiro a sugerir que um "alimento medicinal" pode ser eficaz na contenção - e talvez de inversão - os pedágios cognitivos da doença de Alzheimer.

Souvenaid is expected to hit the American market in a test program as early as this spring, marketed by the French giant Danone, maker of Dannon yogurt, and its Nutricia subsidiary.

Souvenaid é esperado para bater o mercado norte-americano em um programa de teste já nesta primavera, comercializado pela gigante francesa Danone, fabricante do iogurte Danone, e sua subsidiária Nutricia.

The nutrient cocktail emerged from research conducted by Dr.

Richard Wurtman , a neuropharmacologist and physician at the Massachusetts Institute of Technology.

O coquetel de nutrientes surgiu de pesquisas realizadas pelo Dr. Richard Wurtman , um neurofarmacologista e médico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. It contains a mix of nutrients all found in breast milk, and which are either produced naturally by the body or ingested in foods.

Ele contém uma mistura de todos os nutrientes encontrados no leite materno, e que são produzidos naturalmente pelo organismo ou ingeridos nos alimentos.  

Earlier research had found that the mix of nutrients -- uridine, choline and Omega-3 polyunsaturated fatty acids -- "synergistically" boosts the volume of proteins in the brain that give rise to synapses -- the branching structures that pass electrical impulses from cell to cell in the brain.

Estudos anteriores descobriram que a mistura de nutrientes - uridina, colina e Omega-3 ácidos graxos poliinsaturados - "sinergia" aumenta o volume de proteínas no cérebro que dão origem a
sinapses - as estruturas de ramificação que passam impulsos elétricos de célula para a célula no cérebro.

The loss of synapses -- particularly in the hippocampal region , which is key to memory formation -- is one of several hallmarks of Alzheimer's disease.

A perda de sinapses - especialmente na
região do hipocampo, que é fundamental para a formação da memória - é uma das características diversas da doença de Alzheimer.  

Wurtman said in an interview that if a mix of nutrients that so far have shown no side effects could stem or reverse that synamptic loss, it could become a valuable weapon in future physicians' arsenal against Alzheimer's.

Wurtman disse em uma entrevista que, se uma mistura de nutrientes que, até agora não demonstraram efeitos colaterais poderiam resultar ou reverter a perda synamptic, poderia se tornar uma arma valiosa no arsenal de futuros médicos "contra a doença de Alzheimer.
 
Nigel Hughes, head of Nutricia's North American unit, said in an interview that three other clinical trials are underway to test the effectiveness and safety of Souvenaid, and that a full market roll-out could begin in the US by next year.

Nigel Hughes, chefe da unidade Nutricia norte-americana, disse em uma entrevista que outros três ensaios clínicos estão em andamento para testar a eficácia e segurança dos Souvenaid, e que um mercado cheio implantação poderá começar em os EUA no próximo ano.  

Though the proposed Alzheimer's cocktail, as a dietary supplement, does not need approval by the Food and Drug Administration before it can be marketed, Hughes said the company "is adopting the principles you would adopt for going to market with a pharmaceutical product," including clinical evidence that it works.

Embora a proposta cocktail de Alzheimer, como um suplemento dietético, não precisa de aprovação pelo Food and Drug Administration antes que ele possa ser comercializado, Hughes disse que a companhia "está a adoptar os princípios que você adotaria para ir ao mercado com um produto farmacêutico", incluindo evidência clínica de que ele funciona.  

As a "medical food," Hughes said the company anticipates that Souvenaid would be "taken under medical supervision."

Como um "alimento medicinal", Hughes disse que a empresa antecipa que Souvenaid seriam "tomadas sob supervisão médica."

Will Souvenaid become a voguish cocktail for aging smarties keen to hold off the cognitive decline that comes with age?

Poderá Souvenaid tornar-se um cocktail para o envelhecimento voguish smarties ansiosos para adiar o declínio cognitivo que vem com a idade?  

Already, the Alzheimer's drug donepezil (marketed as Aricept ) has been tested as a cognitive enhancement drug , and some consider taking it to be worth the risk.

Já a doença de Alzheimer droga donepezil o (comercializado como
Aricept) tem sido testada como droga aprimoramento cognitivo, e alguns consideram que levá-lo para valer a pena o risco.  

(The FDA, however, has pointedly declined to approve Aricept's marketing even for mild cognitive impairment , a loss of memory that is more serious than normal decline, but which leads frequently to Alzheimer's.)

(O FDA, entretanto, tem claramente se recusado a aprovar a comercialização Aricept mesmo para
o prejuízo cognitivo suave , uma perda de memória que é mais grave do declínio normal, mas que muitas vezes conduz ao mal de Alzheimer.)

One of the three large trials underway will test Souvenaid on European subjects with mild cognitive impairment.

Um dos estudos em curso três grandes vão testar Souvenaid sobre temas europeus com prejuízo cognitivo suave.  

If that trial shows success, you can bet that the cocktail may be the next big thing among the middle-aged smart set.

Se esse teste mostra o sucesso, você pode apostar que o coquetel pode ser a próxima grande coisa entre o conjunto de meia-idade inteligente.
 
--Melissa Healy - Melissa Healy

domingo, 29 de setembro de 2013

Cientistas mapeiam processo que transforma aprendizado em memórias de longo prazo


Proteína envolvida nesse processo pode ajudar no tratamento de doenças como Alzheimer e autismo


Sinapses
Sinapses: o fortalecimento das ligações entre neurônios está relacionado à criação de memórias de longo prazo. O estímulo exagerado das sinapses, porém, pode provocar crises epiléticas (Thinkstock)

Para que algo que é aprendido hoje seja lembrando dias depois – ou até anos, o cérebro precisa criar memórias de longo prazo. Esse processo está relacionado ao fortalecimento das sinapses, regiões de ligação entre dois neurônios, que processam e transmitem as informações. Esse processo, porém, precisa ser constantemente controlado pelo organismo, pois um estímulo exagerado das sinapses pode provocar crises epiléticas.



CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Arc in the nucleus regulates PML-dependent GluA1 transcription and homeostatic plasticity

Onde foi divulgada: periódico Nature Neuroscience

Quem fez: Erica Korb, Carol L. Wilkinson, Ryan N. Delgado, Kathryn L. Lovero e Steven Finkbeiner

Instituição: Instituto Gladstone de Doenças Neurológicas e Universidade da Califórnia, em São Francisco, EUA

Resultado: Os pesquisadores descobriram que a proteína Arc é o principal regulador de um processo denominado plasticidade homeostática, que permite que os neurônios fortaleçam algumas sinapses (para gerar memórias) ao mesmo tempo em que evitam a excitação excessiva dos neurônios (para evitar crises epiléticas).

A forma como o corpo faz essa regulação das sinapses é algo que tem intrigado os cientistas. "Já se sabia que a proteína Arc [activity-regulated cytoskeletal protein] estava envolvida com a memória de longo prazo, porque camundongos sem essa proteína, apesar de conseguirem aprender novas tarefas, não conseguem se lembrar delas no dia seguinte", explica Steve Finkbeiner, pesquisador do Instituto Gladstone de Doenças Neurológicas e da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

Finkbeiner e sua equipe estudaram os movimentos da proteína Arc em animais e no laboratório, e descobriram que o papel dessa proteína na regulação das sinapses é maior do que os estudos anteriores previam. Os resultados mostraram que a Arc é o principal regulador de um processo denominado plasticidade homeostática (homeostatic plasticity), que permite que os neurônios fortaleçam algumas sinapses ao mesmo tempo em que evitam a excitação excessiva dos neurônios. A pesquisa foi publicada neste domingo, na revista científica Nature Neuroscience.

"Quando neurônios são estimulados durante o aprendizado, a Arc começa a se acumular nas sinapses – mas o que nós descobrimos é que logo depois disso a maior parte da Arc fica presa no núcleo", afirma Erica Korb, principal autora do estudo. Durante o processo de formação da memória, alguns genes precisam ser "ligados" e "desligados" em momentos específicos para gerar proteínas que ajudem os neurônios a consolidar as novas memórias. Os autores descobriram que é a Arc que, de dentro do núcleo, dirige esse processo.

Doenças neurológicas – Para Finkbeiner, a descoberta é importante não só por resolver o mistério do papel da Arc na formação de memórias de longo prazo, mas também por ajudar no entendimento do processo através do qual o organismo regula as sinapses. Problemas nesse sistema podem estar relacionados a diversas doenças neurológicas. "Cientistas descobriram, por exemplo, que a Arc está presente em quantidade reduzida no hipocampo – área cerebral relacionada à memória – de pacientes com Alzheimer", afirma o pesquisador. Outra doença à qual a Arc pode estar relacionada é o autismo.

"Nós esperamos que pesquisas futuras sobre o papel da Arc no organismo possa aumentar o conhecimento sobre essas e outras doenças, e também criar as bases para novas estratégias de tratamentos para elas", afirma Erica.

Leia também: Cientistas criam chip que restaura a memória

Cientistas revertem problemas de memória em laboratório

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Proteína oferece pista importante sobre perda de memória com idade


  • Não se sabe se resultado da pesquisa teria mesmo efeito em cérebros humanos Não se sabe se resultado da pesquisa teria mesmo efeito em cérebros humanos
Cientistas americanos dizem ter encontrado uma pista importante sobre o porque a memória se deteriora com a idade.
Experiências feitas com camundongos sugerem que baixos níveis de proteína no cérebro podem ser responsáveis por perda de memória.
O estudo publicado pela revista científica "Science Translational Medicine" afirma que a perda de memória não tem relação com Alzheimer.
A equipe do Columbia University Medical Centre começou analisando o cérebro de oito pessoas já falecidas, com idades de 22 a 28 anos, que doaram seus órgãos para pesquisa médica.
Eles encontraram 17 genes cujas atividades variavam com a idade. Um deles continha instruções para fazer a proteína RbAp48, que ficou menos ativo com o tempo.
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Conheça alguns alimentos que ajudam a melhorar a memória47 fotos

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Abacate - possui vitamina B3 (niacina), que participa da manutenção de substâncias químicas nervosas e hormônios que regulam a memória, segundo a nutricionista Ariane Machado Pereira. "Frutas frescas, orgânicas, também são antioxidantes naturais e contêm elementos que ajudam a formar um neurotransmissor, a acetilcolina, substância que faz a comunicação de uma célula com outras", afirma o neurologista André Felício Leia mais Thinkstock
Camundongos jovens criados com baixos níveis de RbAp48 em laboratório tiveram desempenho mais fraco em testes de memória.
Usando um vírus para melhorar o nível de RbAp48 em camundongos mais velhos pareceu melhorar a memória e reduzir o nível de deterioração.
"O fato de que nós fomos capazes de reverter a memória relacionada ao envelhecimento em camundongos é bastante animador", disse o professor Erica Kandel, que trabalhou na pesquisa.
"No mínimo, mostra que essa proteína é um fator importante, e faz alusão ao fato de que a perda de memória relacionada à idade acontece em função de uma mudança de algum tipo nos neurônios. Ao contrário do Alzheimer, não existe perda significativa [no número] de neurônios."
Ainda não se sabe o impacto que o ajuste no nível de RbAp48 tem no cérebro humano, que é mais complexo. Nem mesmo se entende se seria possível manipular estes níveis com confiança.
Simon Ridley, da entidade Alzheimer Research UK, que não participou da pesquisa, disse que os resultados do estudo avança em uma área desafiadora para a ciência, que é a compreensão sobre os mecanismos que causam Alzheimer e os que provocam perda de memória em relação à idade.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Cientistas implantam memórias em camundongos

  • Experimento mostra que é possível criar lembranças falsas e que estas usam os mesmos mecanismos cerebrais das verdadeiras
Cesar Baima (Email)
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Ilustração mostra como os cientistas encadearam a formação de memórias falsas nos camundongos
Foto: Terceiro / Science
Ilustração mostra como os cientistas encadearam a formação de memórias falsas nos camundongos Terceiro / Science
RIO – Publicado pela primeira vez em 1966, o conto “Nós lembramos por você por atacado”, de Philip K. Dick, inspirou dois filmes intitulados “Vingador do futuro” no Brasil. Na história, uma empresa, batizada Rekal, oferece implantes de falsas lembranças de viagens e aventuras a clientes que não têm como pagar pela experiência verdadeira. Agora, a ideia do escritor americano começa a sair do campo da ficção científica para a realidade. Um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) conseguiu pela primeira vez implantar memórias em camundongos.
Além de ajudar a revelar não só como guardamos as lembranças de acontecimentos mas onde elas ficam armazenadas no cérebro, o experimento provou que tanto as memórias verdadeiras quanto as falsas utilizam os mesmos mecanismos cerebrais, não podendo, assim, ser diferenciadas pelos indivíduos. Este fenômeno já foi muito bem documentado em tribunais, nos quais acusados foram considerados culpados com base em declarações de vítimas e testemunhas que estavam certas sobre suas lembranças, mas depois acabaram inocentados por exames de DNA.
- Sejam memórias falsas ou genuínas, os mecanismos cerebrais por trás da recuperação da memória são os mesmos – diz Susumu Tonegawa, professor de biologia e neurociência do MIT e principal autor de artigo sobre o experimento, publicado na edição desta semana da revista “Science”.
Embora tenha recebido o Prêmio Nobel de Medicina de 1987 por seu trabalho em imunologia, Tonegawa tem se dedicado nas últimas décadas a investigar os processos de formação e a manipulação de memórias. De acordo com as teorias mais aceitas atualmente, a lembrança de episódios, isto é, a memória das experiências pelas quais passamos, é construída por vários elementos, que incluem objetos e informações sobre o ambiente e o tempo. Estas associações são codificadas no cérebro por mudanças físicas e químicas nos neurônios, assim como por modificações nas conexões entre eles, formando uma estrutura complexa que os neurocientistas batizaram como engrama. Até recentemente, no entanto, mesmo a existência dos engramas ainda era considerada hipotética, e determinar um local onde deixam suas marcas no cérebro, um desafio ainda maior para os pesquisadores.
No ano passado, porém, Tonegawa e sua equipe conseguiram detectar as marcas da formação dos engramas, resolvendo então procurar sua fonte com base em uma antiga hipótese, a de que o centro de processamento da memória está numa estrutura cerebral conhecida como hipocampo, localizada no lobo temporal, sugerida nos anos 40 por experimentos do neurocirurgião canadense Wilder Penfield. Para isso, Tonegawa e sua equipe usaram um ramo da neurociência chamado optogenética, em que camundongos são geneticamente modificados de forma que seus neurônios possam ser ativados, controlados ou rotulados por meio de estímulos ou marcadores luminosos.
- Comparado com a maioria dos estudos que tratam o cérebro como um caixa-preta, tentando acessá-lo de fora para dentro, estamos tentando estudar o cérebro de dentro para fora – resume Xu Liu, pesquisador da equipe de Tonegawa. - A tecnologia que desenvolvemos para este experimento nos permite dissecar em detalhes e até potencialmente mexer com o processo da memória por meio do controle direto das células cerebrais.
Na experiência, os pesquisadores primeiro colocaram os camundongos em uma gaiola A, onde puderam explorar o ambiente livremente enquanto a formação da memória do local era acompanhada pelos cientistas. No dia seguinte, os animais foram colocados numa segunda e bem diferente gaiola B, onde depois de um breve período de tempo sofreram choques elétricos moderados enquanto os pesquisadores usavam luz para reativar os neurônios associados à memória da gaiola A. No terceiro dia, os camundongos foram postos de volta na gaiola A e congelaram de medo, mesmo nunca tendo recebido choques nela, demonstrando que tiveram implantada uma falsa memória do local porque quando sofreram o choque na gaiola B estavam relembrando estar na A.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/cientistas-implantam-memorias-em-camundongos-9180943#ixzz2a8o8hwLF
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domingo, 21 de julho de 2013

Um grande salto para a humanidade: primeiro passo na Lua completa 44 anos

Os primeiros passos do homem na Lua completam 44 anos neste dia 20 de julho de 2013. A caminhada pioneira do americano Neil Armstrong ocorreu durante a missão Apollo 11, em 1969. O comandante Armstrong foi seguido pelo piloto Buzz Aldrin (foto), segundo homem a pisar na Lua

Há exatos 44 anos, em 20 de julho de 1969, o astronauta americano Neil Armstrong tornou realidade o sonho mais antigo das civilizações humanas quando se converteu no primeiro homem a caminhar na Lua. Enquanto 500 milhões de pessoas em torno do mundo esperavam ansiosamente aglomeradas junto a rádios e telas de televisão de imagem borrada, Armstrong desceu a escada do módulo sobre a superfície lunar.

"Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade", recitou Armstrong com a voz levemente distorcida pela distância e pelos equipamentos de comunicação, uma frase que ficaria gravada para sempre nos livros de história da Terra.

As multidões ovacionaram o momento quando Armstrong foi alcançado por seu companheiro Buzz Aldrin, que descreveu a "magnífica desolação" da paisagem lunar, nunca antes testemunhada em primeiro plano vista da Terra. Apenas 12 terráqueos caminharam desde então pela superfície da Lua, o solitário e misterioso satélite da Terra que alimentou nossos sonhos desde que os primeiros humanos caminharam sobre o planeta.

Em plena Guerra Fria, o programa Apollo foi usado para provar o domínio americano na corrida espacial. Colocar uma bandeira dos Estados Unidos na superfície da Lua em 1969 marcou pontos muitos importantes em relação à União Soviética. O programa Apollo, que tornou possível seis alunissagens bem sucedidas entre 1969 e 1972, começou oito anos antes, em 1961, quando o presidente John F. Kennedy lançou o desafio ao Congresso de levar o homem à Lua ainda naquela década.

"Creio que esta nação deve se comprometer em alcançar a meta, antes de terminar esta década, de aterrissar o homem na Lua e trazê-lo de volta à Terra sem perigo", disse então Kennedy. Foi aí que os EUA desenvolvem o programa Apollo, que transformou-se em uma arma bem sucedida na prova de domínio na corrida espacial que culminou com os passos do americano Neil Armstrong na lua durante a missão Apollo 11, em 1969.




<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/homem-na-lua/" href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/homem-na-lua/">Homem na Lua</a>
A União Soviética foi a primeira nação a colocar um satélite em órbita, em 1957, com o lançamento do Sputnik e, em 1961, Yuri Gagarin se converteu no primeiro homem a viajar ao espaço. A corrida espacial se converteu no símbolo da batalha da Guerra Fria pelo domínio entre ideologias enfrentadas e poderes mundiais polarizados.

Em 1970, meses depois das alunissagens, o dissidente soviético Andrei Sakharov escreveu, em uma carta aberta ao Kremlin, que a capacidade dos Estados Unidos de colocar um homem na Lua provou a superioridade de uma democracia. Graças à crescente prosperidade dos Estados Unidos e seus êxitos científicos e técnicos, o país colocou rapidamente em marcha o programa Apollo.

Mas a conquista da Lua não foi o único resultado da corrida espacial. Muitos dos avanços tecnológicos que desfrutamos hoje - como a comunicação mundial instantânea, via satélite e o uso de computadores pessoais - foram criados na época durante pesquisas de aprimoramento das missões espaciais.

Com informações da AFP.



Terra


sábado, 22 de junho de 2013

Gergelim: ótimo para memória e coração


O  gergelim (Sesamum indicum L.), também conhecido como sésamo, contém uma grande variedade de princípios nutritivos de alto valor biológico, como gorduras insaturadas (eficientes na redução do nível de colesterol no sangue) e lecitina, que desempenha importante função no nosso organismo.

O gergelim é, juntamente com a soja, o vegetal mais rico em lecitina.

A lecitina é um componente essencial do tecido nervoso e intervém na função das glândulas sexuais. É um poderoso emulsificante, que facilita a dissolução das gorduras em meio aquoso. Uma das suas funções no sangue consiste em manter dissolvidos os lipídios em geral, especialmente o colesterol, evitando assim que se depositem nas paredes das artérias.

O gergelim também contém proteínas de alto valor biológico, formadas por 15 aminoácidos diferentes, com elevada proporção de metionina; vitaminas, especialmente E, B1 e B2; minerais e oligoelementos diversos, especialmente cálcio, fósforo, ferro, magnésio, cobre e cromo; e mucilagens, que dão ao gergelim ação laxante suave.

O óleo de gergelim é rico em ácidos graxos insaturados e apresenta vários constituintes secundários importantíssimos, como sesamina, sesamolina sesamol. Este último, com suas propriedades antioxidantes, confere ao óleo elevada estabilidade química, evitando a rancificação, fazendo do óleo de gergelim o óleo de maior resistência à oxidação entre os demais óleos de origem vegetal.


MODO DE USAR O GERGELIM

Óleo de gergelim

Pode ser usado como qualquer outro óleo vegetal. É muito estável e pouco sujeito a criar ranço.

Tahine

É uma pasta muito saborosa que se obtém moendo as sementes de gergelim. Substitui com vantagem a manteiga e a margarina.

Gersal

É uma farofa de gergelim que serve para "temperar" o arroz antes de servir. Para fazer o gersal, torre o gergelim lavado e seco. Depois de frio, bata levemente no liquidificador com sal. Para cada dez partes de gergelim, acrescente uma de sal.

Creme de legumes com gergelim

Prepare um creme delicioso com gergelim.

Doure uma cebola grande com um pouco de óleo. Em seguida, acrescente vegetais cortados em pedaços grandes (cenoura, jerimum, chuchu, couve, batata...) e um pouco de água. Deixe cozinhar por uns sete minutos. Liquidifique em seguida, adicionando uma colher de sopa de gergelim bem lavado e higienizado. Se ficar muito grosso e difícil de bater, adicione mais água. Use sal a gosto ou tempere com shoyu antes de servir.


OUTRAS FORMAS DE USO

Nos países do Oriente, o gergelim é considerado um restaurador da vitalidade e da capacidade sexual, além de ser usado nos casos de:

Problemas nervosos: esgotamento nervoso ou mental, estresse, perda de memória, melancolia, depressão nervosa, irritabilidade ou desequilíbrio nervoso, insônia. É um excelente complemento nutritivo para quem está submetido a uma grande atividade mental ou intelectual e deseja manter um bom rendimento.

Sobrecarga física: prática esportiva, gravidez, lactação, convalescença após intervenções cirúrgicas ou doenças.

Falta de rendimento ou de capacidade sexual tanto no homem quanto na mulher.

Excesso de colesterol no sangue, arteriosclerose, prevenção do infarto do miocárdio e da trombose arterial.


Observação: Algumas informações aqui contidas foram retiradas de: 
http://www.aboissa.com.br/gergelim/gergelim2.htm.

sexta-feira, 21 de junho de 2013


Alimentos para ativar a memória

Alimentos para ativar a memória
No decorrer da vida, as células, inclusive as do cérebro, são danificadas pelos radicais livres que levam a uma diminuição no ritmo de produção de energia. A ação destes componentes compromete a atuação dos neurônios, provocam o desaparecimento das sinapses e reduz a capacidade de comunicação entre as células e dessa forma prejudica o funcionamento mental.
Após anos de exposição aos radicais livres, os neurônios podem ser destruídos e com isso podem provocar doenças como Alzheimer, Parkinson e outras doenças degenerativas do cérebro.

Apesar de ainda não existirem estudos conclusivos sobre o assunto, alguns estudos sugerem que a melhor maneira de evitar isso é fornecer ao cérebro mais antioxidantes e assim combater os radicais livres.
A nutrição adequada e mudanças no estilo de vida, inclusive exercícios físicos e mentais podem contribuir bastante com o bom funcionamento do cérebro, além de facilitar a captação dos neurotransmissores essenciais a memória.
Veja a seguir alguns alimentos que podem ajudar você a ter uma boa memória:
Gema de ovo - Contém colina, precursor do neurotransmissor acetilcolina, que pode melhorar a memória. Sua deficiência parece estar associada à doença de Alzheimer, causa comum de demência.
Peixes - Principalmente os de água fria (salmão, anchova, sardinha, atum, arenque), são fontes de ácidos graxos ômega 3, poderoso antioxidante.
Frutas e vegetais amarelos - Mamão, manga, pêssego, cenoura, abóbora. São alimentos fontes de betacaroteno, antioxidante que combate o envelhecimento celular.
Frutas vermelhas - Morango, cereja, framboesa, amora, pitanga, melancia e tomate, também possuem pigmentos antioxidantes que combate os radicais livres e ajudam a memória.
Oleaginosas - castanhas, nozes, amêndoas, avelãs, amendoim. Ricas em vitamina E e selênio, também fontes de antioxidantes.
Carnes, aves, grãos integrais, leguminosas, leite e derivados
Estes alimentos são fontes de vitaminas do complexo B. Ajudam a regular a transmissão entre os neurônios. Na carne vermelha você encontra também o ferro que pode colaborar com a boa memória.
Como você pode perceber vários alimentos são fontes de antioxidantes, então aproveite, tenha uma alimentação variada, consuma todos os grupos alimentares diariamente.

Outras recomendações:
- Aleitamento materno, quando possível até os dois anos de idade;
- Procure se alimentar a cada três horas, para manter um adequado aproveitamento de glicose no cérebro;
- Pratique exercícios físicos regularmente, faz bem para o corpo e para a mente;
- Não esqueça do lazer, separe um tempo para você e faça atividades que te proporcionam prazer e bem-estar.
- Faça atividades que estimulem o raciocínio como palavras cruzadas e outros jogos.