domingo, 7 de abril de 2013

Um estudo sobre como REVERTER perda de memória pode levar a novos tratamentos para o mal de Alzheimer?

O mal de Alzheimer é uma doença que aflige tanto o paciente como seus familiares. Quem sofre deste problema é acometido pela perda de neurônios do cérebro. Isso leva à perda progressiva de memória e à perda da capacidade de raciocinar, comunicar-se, aprender e realizar outras tarefas. Normalmente, os pacientes com mal de Alzheimer morrem de quatro a seis anos após o diagnóstico, embora alguns vivam até 20 anos. Cinco milhões de pessoas nos EUA sofrem com o mal de Alzheimer. Dessas cinco milhões, de 200 a 500 mil estão abaixo dos 65 anos de idade, atingidos por problemas mentais que incluem o mal de Alzheimer precoce [Fonte: Alzheimers Association (site em inglês)]. Não há cura para o mal de Alzheimer, mas há vários grupos diferentes que conduzem pesquisas para desenvolver novos tratamentos e, possivelmente, uma cura. Um novo estudo, conduzido em camundongos por pesquisadores no Instituto Médico Howard Hughes (HHMI), do MIT, e que teve suas descobertas publicadas na revista "Nature", oferece ótimas possibilidades de tratamento. Pesquisadores já descobriram que uma proteína chamada p25 está relacionada à degeneração neurológica que ocorre no mal de Alzheimer e em outras doenças semelhantes. Os camundongos utilizados no estudo do MIT foram modificados geneticamente para que o gene da p25 pudesse ser ligado sempre que os cientistas quisessem. Ao ligar o gene da p25, o camundongo desenvolvia um problema semelhante ao mal de Alzheimer, caracterizado pela perda de neurônios e atrofia cerebral. Antes de ativar o gene, os pesquisadores, liderados pela neurocientista Dra. Li-Huei Tsai, ensinaram o camundongo a associar uma câmara a um choque elétrico, chamado de "teste de condicionamento do medo", e a navegar por um labirinto. Após o camundongo ter aprendido essas tarefas, o gene foi ligado para que a doença fosse induzida. Foram necessárias apenas seis semanas para que a doença acabasse com a memória da cobaia, fazendo com que não mais pudesse lembrar de como evitar o choque ou como sair do labirinto com sucesso. Antes desse estudo, os cientistas já sabiam que um ambiente estimulante conseguia promover o aprendizado em um camundongo. No entanto, o que não sabiam era o efeito de tal tipo de ambiente em camundongos com perda de memória de longa duração (para um camundongo, seis semanas é considerado um "longo" período de tempo). Para testar os efeitos das pistas ambientais em camundongos, metade da população foi levada a um novo habitat repleto de elementos estimulantes, como brinquedos, rodas de exercícios e outros camundongos. Já o outro grupo de camundongos foi mantido em um ambiente sem qualquer tipo de estímulo. Após quatro semanas, os camundongos do ambiente estimulante conseguiam lembrar do teste de choque e do labirinto melhor do que os camundongos do ambiente não estimulante. Além disso, eles também eram melhores na hora de aprender novas tarefas. Para a Dra. Tsai e sua equipe, os resultados foram encorajadores e apontaram para uma nova possibilidade no tratamento do mal de Alzheimer. Embora o estímulo em camundongos não tenha regenerado os neurônios, o tratamento promoveu o crescimento de novas conexões entre as já existentes. Ou seja, as redes neurais dos camundongos que sofreram estímulo reestabeleceram conexões com memórias que haviam sido "perdidas" anteriormente. A Dra. Tsai descreveu que o tratamento "reestabeleceu a fiação do cérebro". [Fonte: Atlanta Journal Constitution (em inglês)]. Uma segunda parte do estudo, conduzido pela equipe da Dra. Tsai, envolveu o tratamento de camundongos que passavam por degeneração de neurônios com uma droga chamada inibidora de HDAC. Essas drogas costumam ser usadas para tratar o câncer e não foram utilizadas em pacientes com Alzheimer. Os camundongos tratados com os inibidores de HDAC foram melhores nas tarefas que dependiam da memória do que o grupo de controle. De acordo com a Dra. Tsai, ainda é necessário fazer mais pesquisas para compreender o efeito antes que esta terapia seja testada em seres humanos. Sua equipe irá conduzir mais pesquisas para explorar como esse tipo de droga funciona. Ambos os tratamentos da equipe do MIT são intrigantes, especialmente porque atingiram resultados semelhantes. A grande novidade é que as memórias perdidas pelo mal de Alzheimer não parecem ter sido realmente "perdidas". Elas ainda existem no cérebro do paciente e precisam, simplesmente, ser acessadas através de um "novo crescimento" dos caminhos neurais que levam a elas. A capacidade que os camundongos doentes tiveram de aprender novas tarefas também traz esperança às pessoas com mal de Alzheimer em estágio avançado. Mesmo quando a memória não pode ser totalmente recuperada, é possível impulsionar sua capacidade de aprendizado e habilidade para formar nova memória. Caso os resultados do estudo se repitam em pacientes humanos, será uma longa estrada até transformar o mal de Alzheimer em uma doença tratável e controlável. Da mesma maneira que alguns tipos de câncer, o mal de Alzheimer poderia ser um dia, se não totalmente curável, ao menos uma doença com a qual as pessoas possam viver por um longo período de tempo e em relativa paz e conforto. Para mais informações sobre este estudo e sobre o mal de Alzheimer, consulte os links abaixo: •Como funciona o seu cérebro •Como funciona a morte cerebral •HHMI News: ambiente estimulante restaura memória em camundongos com degeneração neural (em inglês) •Texto na íntegra do estudo do MIT publicado pela Nature (em inglês) •O que é o mal de Alzheimer (em inglês) Fontes •Cientistas revertem a perda de memória. BBC News. 29 de abril de 2007. http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/6606315.stm •Ambiente estimulante restaura memória em camundongos com degeneração neural. HHMI News. 29 de abril de 2007. http://www.hhmi.org/news/tsai20070429.html •Cientistas restauram perda de memória em camundongos com problema semelhante ao mal de Alzheimer. AJC.com. 29 de abril de 2007. http://www.ajc.com/health/content/shared-auto/healthnews/ alzh/604018.html •Peck, Peggy. quot;Ensinar novos truques a velhos camundongos abre as portas para as suas memórias perdidas.quot; 30 de abril de 2007. Psychiatric Times. http://www.psychiatrictimes.com/psychiatryNews/showArticle.jhtml articleID=199202782amp;cid=BreakingNews •O que é o mal de Alzheimer. Alzheimers Association. http://www.alz.org/alzheimers_disease_what_is_alzheimers.asp O mal de Alzheimer é uma doença que aflige tanto o paciente como seus familiares. Quem sofre deste problema é acometido pela perda de neurônios do cérebro. Isso leva à perda progressiva de memória e à perda da capacidade de raciocinar, comunicar-se, aprender e realizar outras tarefas. Normalmente, os pacientes com mal de Alzheimer morrem de quatro a seis anos após o diagnóstico, embora alguns vivam até 20 anos. Cinco milhões de pessoas nos EUA sofrem com o mal de Alzheimer. Dessas cinco milhões, de 200 a 500 mil estão abaixo dos 65 anos de idade, atingidos por problemas mentais que incluem o mal de Alzheimer precoce [Fonte: Alzheimers Association (site em inglês)]. Não há cura para o mal de Alzheimer, mas há vários grupos diferentes que conduzem pesquisas para desenvolver novos tratamentos e, possivelmente, uma cura. Um novo estudo, conduzido em camundongos por pesquisadores no Instituto Médico Howard Hughes (HHMI), do MIT, e que teve suas descobertas publicadas na revista "Nature", oferece ótimas possibilidades de tratamento. Pesquisadores já descobriram que uma proteína chamada p25 está relacionada à degeneração neurológica que ocorre no mal de Alzheimer e em outras doenças semelhantes. Os camundongos utilizados no estudo do MIT foram modificados geneticamente para que o gene da p25 pudesse ser ligado sempre que os cientistas quisessem. Ao ligar o gene da p25, o camundongo desenvolvia um problema semelhante ao mal de Alzheimer, caracterizado pela perda de neurônios e atrofia cerebral. Antes de ativar o gene, os pesquisadores, liderados pela neurocientista Dra. Li-Huei Tsai, ensinaram o camundongo a associar uma câmara a um choque elétrico, chamado de "teste de condicionamento do medo", e a navegar por um labirinto. Após o camundongo ter aprendido essas tarefas, o gene foi ligado para que a doença fosse induzida. Foram necessárias apenas seis semanas para que a doença acabasse com a memória da cobaia, fazendo com que não mais pudesse lembrar de como evitar o choque ou como sair do labirinto com sucesso. Antes desse estudo, os cientistas já sabiam que um ambiente estimulante conseguia promover o aprendizado em um camundongo. No entanto, o que não sabiam era o efeito de tal tipo de ambiente em camundongos com perda de memória de longa duração (para um camundongo, seis semanas é considerado um "longo" período de tempo). Para testar os efeitos das pistas ambientais em camundongos, metade da população foi levada a um novo habitat repleto de elementos estimulantes, como brinquedos, rodas de exercícios e outros camundongos. Já o outro grupo de camundongos foi mantido em um ambiente sem qualquer tipo de estímulo. Após quatro semanas, os camundongos do ambiente estimulante conseguiam lembrar do teste de choque e do labirinto melhor do que os camundongos do ambiente não estimulante. Além disso, eles também eram melhores na hora de aprender novas tarefas. Para a Dra. Tsai e sua equipe, os resultados foram encorajadores e apontaram para uma nova possibilidade no tratamento do mal de Alzheimer. Embora o estímulo em camundongos não tenha regenerado os neurônios, o tratamento promoveu o crescimento de novas conexões entre as já existentes. Ou seja, as redes neurais dos camundongos que sofreram estímulo reestabeleceram conexões com memórias que haviam sido "perdidas" anteriormente. A Dra. Tsai descreveu que o tratamento "reestabeleceu a fiação do cérebro". [Fonte: Atlanta Journal Constitution (em inglês)]. Uma segunda parte do estudo, conduzido pela equipe da Dra. Tsai, envolveu o tratamento de camundongos que passavam por degeneração de neurônios com uma droga chamada inibidora de HDAC. Essas drogas costumam ser usadas para tratar o câncer e não foram utilizadas em pacientes com Alzheimer. Os camundongos tratados com os inibidores de HDAC foram melhores nas tarefas que dependiam da memória do que o grupo de controle. De acordo com a Dra. Tsai, ainda é necessário fazer mais pesquisas para compreender o efeito antes que esta terapia seja testada em seres humanos. Sua equipe irá conduzir mais pesquisas para explorar como esse tipo de droga funciona. Ambos os tratamentos da equipe do MIT são intrigantes, especialmente porque atingiram resultados semelhantes. A grande novidade é que as memórias perdidas pelo mal de Alzheimer não parecem ter sido realmente "perdidas". Elas ainda existem no cérebro do paciente e precisam, simplesmente, ser acessadas através de um "novo crescimento" dos caminhos neurais que levam a elas. A capacidade que os camundongos doentes tiveram de aprender novas tarefas também traz esperança às pessoas com mal de Alzheimer em estágio avançado. Mesmo quando a memória não pode ser totalmente recuperada, é possível impulsionar sua capacidade de aprendizado e habilidade para formar nova memória. Caso os resultados do estudo se repitam em pacientes humanos, será uma longa estrada até transformar o mal de Alzheimer em uma doença tratável e controlável. Da mesma maneira que alguns tipos de câncer, o mal de Alzheimer poderia ser um dia, se não totalmente curável, ao menos uma doença com a qual as pessoas possam viver por um longo período de tempo e em relativa paz e conforto. Para mais informações sobre este estudo e sobre o mal de Alzheimer, consulte os links abaixo: •Como funciona o seu cérebro •Como funciona a morte cerebral •HHMI News: ambiente estimulante restaura memória em camundongos com degeneração neural (em inglês) •Texto na íntegra do estudo do MIT publicado pela Nature (em inglês) •O que é o mal de Alzheimer (em inglês) Fontes •Cientistas revertem a perda de memória. BBC News. 29 de abril de 2007. http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/6606315.stm •Ambiente estimulante restaura memória em camundongos com degeneração neural. HHMI News. 29 de abril de 2007. http://www.hhmi.org/news/tsai20070429.html •Cientistas restauram perda de memória em camundongos com problema semelhante ao mal de Alzheimer. AJC.com. 29 de abril de 2007. http://www.ajc.com/health/content/shared-auto/healthnews/ alzh/604018.html •Peck, Peggy. quot;Ensinar novos truques a velhos camundongos abre as portas para as suas memórias perdidas.quot; 30 de abril de 2007. Psychiatric Times. http://www.psychiatrictimes.com/psychiatryNews/showArticle.jhtml articleID=199202782amp;cid=BreakingNews •O que é o mal de Alzheimer. Alzheimers Association. http://www.alz.org/alzheimers_disease_what_is_alzheimers.asp